Acho que essa é a segunda carta que lhe endereço. Como está? Espero que bem.
Sabe, mais do que a maioria, que minhas virtudes não conseguem brilhar á luz das palavras, mas da escrita: onde graciosamente tenho me empenhado para transmitir sentimentos.
Venho nesta, fugindo de meus princípios. Se já leu meu texto Simplesmente faço entende que não tenho hábito de escrever com a mente inundada de preocupações, mas não consigo achar outra maneira de recolher essa que me transborda. Já não vejo mais esperança em ações.
Dirão alguns que achei o momento de chorar minhas indignações graças à prolixidade do que ocorre aqui, pode até ser verdade, mas como dizem os mesmos: Na crise enxergamos o que realmente é.
Então vamos lá, sem tantos parágrafos assim:
Você já tentou ser alguém agradável, amável, afável ou qualquer outro “A”? Não precisa chegar ao “S” de simpático, mas algo mais além do que momentos de uma conversa gostosa. Já tentou agradar menos os que te manipulam para tentar agradar quem realmente precisa? Já tentou ser diferente dos que você critica. Parecem ser a mesma pessoa.
Você já tentou respeitar a opinião dos outros? Não digo no momento em que lhe é apresentada, mas no contexto de uma vida inteira. Respeitar não é aceitar, mas entender que é uma opinião, mesmo a mais louca que seja. Respeite. Isso apazigua imensas estações de conflitos preconceituosos da alma.
Já tentou pensar menos no que os outros fizeram ou vão fazer? Já teve alguma idéia que alguém, verdadeiramente interessante, olhasse e dissesse: “Nossa, vamos analisar isso” ou “È algo a se pensar”?
Já tentou fugir do padrão? Já tentou ser mais cético e mais crítico? Já tentou reconhecer quando é momento de falar sério... Não apenas reconhecer quando outros fazem isso. Olhe para seus erros e verá que são tão ruins quanto os outros, mas ao contrário de você eles ocultam sua fraqueza.
Mas por ser meu amigo, animo-me em mandar-lhe esta; apesar de imaginar que seu jeito “claro” não entenderá uma palavra aqui escrita.
Lucas Mesquita
Vi Aguro Pace
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Resposta à carta.
Tristeza me tomou. Tanto tempo ao seu lado e você não me conhece. Apenas lamentações.
Aprendi que a graça é você escutar os outros e seus desafios e não jogar neles os seus. Tento todo dia fazer isto, por isso naquele dia, que nós conversamos, não consegui falar todo meu sofrer.
Se tratando dos conselhos, já falei isso pra você. Eu escuto as outras pessoas, mas guardo pra mim e penso sozinho, mas o que você falou mostra bem como você não me conhece, francamente. Afinal Provérbio diz que a multidão de conselhos salva uma nação.
Sinceramente, penso muitas coisas sobre você, mas apesar delas me estressarem, aprendi a conviver com você assim do jeito que você é. Por que maturidade é saber conviver com pessoas que tem idéias diferentes das nossas.
Respeitar opinião contraria não quer dizer que eu não vou expressar a minha, muito menos que não vou defender ela.
Não espere de eu escutar e ficar calado, mas espere sempre eu questionar e, se isso em mim tem lhe incomodado tanto, não poderei fazer muito. Por que eu respeito elas, mas vou expressar a minha.
Apesar de tudo, conheço meus defeitos, e agradeço por ser sincero em suas palavras, aliás, não procuro agradar os que me “manipulam”, mas jogo todo tempo com eles.
Procuro agradar os que realmente precisam escutando seus problemas, orando por eles e aconselhando o tempo todo. Creio que sua memória testifica isso.
Cético e critico, eu sou o tempo todo, mas não preciso expressar eles a todo tempo.
Você sabe como tento fugir do padrão, mas você mostra mais uma vez que não me conhece.
Tem tantas coisas que machucam minha alma, e uma delas são as pessoas, que me cercam julgar mal minhas motivações.
Deus te abençoe.
Paz.

muito bom, Lucas:)
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