sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

•Carta à alguém•

Amigo,

Tenho pensado muito em você ultimamente. Gosto de ser um dos mais chegados, não pelo título, mas pela estima. Hoje vemos o quanto lutamos para chegar a esse ponto, que não é nem a metade do nosso alicerce relacional. Pense em tudo o que já viveu e destaque os momentos que você nunca vai ter igual, e agradeça a Deus por isso. Somos jovens, dispostos a enxergar e a alcançar; somos aprendizes, entendendo a aceitar certas coisas e a se adaptar às teias de aranha da vida; somos capazes.
Amigo, antes de pensar que está difícil, olhe para o lado e não para cima. Deus está com você mais do que você pode imaginar. Dividir não é uma tarefa fácil quando não vemos o nosso compartilhado, mas seja mais insano e entregue seus sonhos como fazem os incompreendidos que jogam seus planos ao vento esperando a brisa favorecê-los. E se mesmo assim não alcançar seus desejos, saiba que já fez a sua parte, e se preocupar agora seria tolice.
Amigo, às vezes queremos que exista o fim do arco íris. Não vê que a vida é composta de degraus? Suba os primeiros cem antes de querer a recompensa; caminhe a pé antes de ter rodas; lute contra um leão antes de enfrentar o gigante. Você está no local onde deveria estar, tenha paciência.
Amigo, tente não olhar para o trajeto de outros. Se eles conseguiram, eu tenho certeza que já pensaram do mesmo modo que você, mas adquiriram a virtude da paciência. Os que não aprenderam assim nunca se firmarão em exemplos. Você já é um exemplo. Não deixe esse mérito para outra geração.
Amigo, não ignore seus sentimentos se não conseguirem sair de seus lábios. Escreva o que sente, cante para expor sua alma, chore se for preciso para conseguir que entendam sua dor, mas não os ignore. Seu potencial é palpável, mas sua insegurança o torna gasoso.
Amigo, eu destaco, nessa carta, um grito à indignação. Não fique parado nunca. Trabalhe para si e para o seu próximo. Para Deus somente renda gratidão, pois ele sonda seus pensamentos e te deixar sozinho não é do seu feitio.
Amigo, você quer almas, procure; você quer curas, peça ao seu pai; você quer reconhecimento, lute para tal conceito, mas nunca diga que não sabe como. Não apresento um mundo de fantasia onde é fácil dar o seu melhor, mas também não digo que será impossível. Fixe apenas na seguinte referência: com organização, tudo se torna acessível.


Lucas Mesquita

Vi auguro Pace.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

CARTA DE TOMÉ

Foi um dia torturante, na verdade eu sempre me lembro dele com gosto, até sabendo que meu erro vem juntamente.

Calmamente eu observava. Sempre observei de fora como um espectador empolgado esperando o mocinho salvar o dia, mas mesmo assim eu estava junto dele em todos os momentos. Senti sua dor, e também sua presença, mesmo afastado, o que não achei que seria possível. Gostava de seu espírito calmo, doce, refrigerado e mesmo assim não me sentia tranqüilo. Como pude pensar dessa forma? Sentiria-me horrorizado se soubesse que o Messias, um titulo formal para nós, desconfiasse de meu zelo.

Certa vez que eu me lembro, eu pude sentir de perto sua paz. Como uma luz forte, que espantosamente não ardia os olhos, mas sensibilizava os espelhos da alma. Ele tinha esse poder e mesmo assim era tão humano. Não conseguia compreender como ele era o escolhido da profecia. Na verdade entendia sim.

Nesse mesmo dia eu fui-me a ele com angústia e dor, tal como de um parto, esperando uma resposta que eu deveria imaginar que seria exata. Como fui tolo, talvez tenha sido minha primeira provação. Pedro, sempre arrogante, não continha suas lágrimas de sangue quando soube que Lázaro havia nos deixado. Os outros companheiros evitaram olhar nos olhos do Messias por algo mais ínfimo que a tristeza. Mas para mim, não foi a surpresa que silenciou meu coração, e nem a razão pode me despertar, pois só pensei em uma coisa: Morrer com ele. Eu tinha devoção e coragem para tal ato.

Eu estava ficando melhor. Não como esperava de mim mesmo, mas conseguia enxergar com mais amplidão o poder do Messias. Passou a ser natural as curas, os milagres, e acho que o milagre maior foi a clareza de minha mente.

Afirmativamente o dia não pode chegar com mais temor. Eu tinha todas as certezas do mundo, sabia que nada era mais forte que minha fé, mas encontrei esse ''nada'' no momento em que me vi sozinho. A fé não bastava se não estivesse ao lado de seu criador. Fui chamado de incrédulo, e culpado por duvidar. Pelo menos fui muito mais sincero que eles.

Meu nome não é Didimo, isso só foi um apelido na minha própria linguagem. Nunca me citaram, não fui lembrado e mesmo tendo tocado mais fundo que todos os outros eu só fiquei na história pela minha falha.
Quem lamentou por Lázaro não foi o piedoso, mas o incrédulo. Quem sempre foi chamado de Gêmeo pelo próprio povo, finalmente teve um motivo de ser chamado de Único.

Mas, ignoremos a história. Se eu pedisse para ser lembrado, daria espaço para meus prêmios na imprensa do povo. Deixemos de lado e lembremos que foi o Messias que permitiu nosso destino.

Com muita Ternura,

Didimo Judas Tomé.

Vi auguro pace

O lado mais fraco do evangelho.

Nas andanças de um cristão podem-se encontrar fundamentos e bases para qualquer alicerce emocional, construtivo e edificante. Talvez viver como um espectador não seja tão realizador assim, se é um pouco afinal.

Ser visado hoje no hemisfério eclesiástico se tornou chave para alcançar a santidade e a identidade cristã sólida. Um membro protocolizado e litúrgico que em todos os cultos se senta no banco reservado e “bate palmas na igreja porque a Bíblia diz: ‘Batam palmas todos os povos’” tal pessoa é entronizada como referencia influenciadora, mesmo sabendo que as únicas pessoas que podem julgá-la são os que convivem com ele 24 horas.

Talvez os púlpitos saltem por si só como propagandas de marketing e comércio secularizado.

- Não quero me envolver nisso! – Diz o poeta, mas é cego quando aceita o mal vindo da boca do seu referencial e julga quando vem da boca da ovelha. Certo dia, usei de um palavreado rotulado de “torpe”, mas no mesmo culto onde estava, o Pastor, que por sinal bastante “famoso”, usará de maneira idêntica, não foi alvo de indignações como eu. Na verdade foi aplaudido pela maioria como discipulador da verdade sem censura.

Uma coisa que aprendi com o universo pessimista de Ricardo Gondim, com a ousadia deísta espiritual de Philip Yancey, com a ética promissora de Augusto Cury, com a alegria em unir pensamentos de Clive Staples Lewis, foi que existe uma indagação maior do que os "por ques" misteriosos de Deus; na verdade existe uma dúvida em meu coração em saber o "por que" não abrimos nossos olhos para enxergar respostas óbvias.

Seria uma insensatez medíocre de minha parte dar exemplos de erros cometidos por líderes, referenciais, pastores, visando a queda de sua autoridade. Não escrevo meus textos para assumir a responsabilidade de porta-voz de um povo incomodado com a hipocrisia nos altares. Altares esses que, como disse uma vez o Pregador Jehan Porto, se parecem mais com a torre erguida pelos homens de Babel. Não faço poemas, escrevo cartas, publico livros no intuito único e somente de acusar, julgar, promover dissensão e contenda entre aqueles que alimentam os necessitados. Mas o que digo é que a igreja se tornara exatamente isso.

Estamos preparados para evangelizar, para dizer que Jesus ama a todos e que haverá bênçãos e mais bênçãos de acordo com as frases que decoramos através do artista que prega no púlpito, mas ao oposto do que Paulo afirma, "Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo", não estamos preparados para dizer a clareza do que pensamos, com o medo de sermos qualificados como "desviados" e "hereges". Culpo à prisão institucional Igreja, que mostra o pensamento livre, algo pecaminoso.

Mas apesar de tudo tenho aprendido a conviver com esse lado mais fraco do evangelho. Como disse, não sinto prazer em difamar homens, cidadãos e irmãos em cristo; pois talvez não tenha cacife para tanto.

Espero sinceramente que minha visão, mesmo não entendida, não seja rotulada de modo algum, pois odeio rótulos. Tentei com esse texto apenas mostrar que não levantarei a mão e concordarei, se nos reality show gospel que se realiza todo domingo nos templos e lonas de um povo próspero, ouvir frases como "uma salva de palmas para Jesus" ou "não digo que todos vão ficar ricos, mas deus vai abençoar cada um de seu modo".

Sou jovem e desejaria, de coração aberto, não precisar escrever o que venho pensando nesses dias tão tristes.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008



Rabiscos Urbanos - Primeiro ato .... Relaxa!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Relaxa-me...

Barcos abandonados
Sem um cais para ancorar
Numa praia deserta

Relaxa-me…

Mar sereno
Num mundo que parece pequeno
De azul vestido
Que parece perdido

Relaxa-me…

Nuvens que olham discretamente
A muralha que têm ciúme
Os peixes que andam em cardume
E um segredo que não mente

Relaxa-me…

Um momento…achado
Uma vida desembrulhada
Um espanto na encruzilhada
Uma praia… com um nome; Quebrado

Relaxa-me…

E a vida passa por mim
Num acordo fugaz
Ter um hino, uma bandeira e a paz
É tudo… o que me deixa assim.

E a vida sorri
Relaxa-me…
Deixa-me para ti!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Relaxa ... O jovem.



Jovem, mesmo não aparentando, tinha muita simplicidade em seu rosto. Era severo consigo mesmo e feliz apesar dos problemas que o perseguia. "Nunca será a ultima chance" dizia ele, mas às vezes penava a acreditar. Sua auto-estima era considerada única, e sempre levava em sua carteira um papel rasgado com um poema que ele encontrou aos 15 anos numa estação de trem: "Filtro Solar" de Mary Schmich. Era do tipo que lia poesias, mas só admirava as que tinham rimas. Sempre foi critico, mas não cético; sempre foi instintivo, mas não irracional.


Não era o melhor da classe e nunca fez faculdade. Não trabalhou e nunca reclamou: Mas também não havia a quem reclamar. Se alguém o agredisse com palavras ele ignorava, pois sabia que se ele não perderia tempo escrevendo cartas para sua mãe, que lhe gerou e o criou desde a maturidade, não perderia com um crítico. Sabia que palavras belas muitas das vezes escondia falta de conteúdo.Era cristão.


Já suas prioridades era sempre evitar ser outra pessoa senão ele mesmo. Achava que era o mais longe possível do que se dizia "humano" já que nunca concordava com o óbvio. Adorava escrever e criticar escritos. Assim lhe parecia que poderia evitar ser criticado também. Estava escrevendo um livro fazia dois meses, mas nunca passara do titulo: O menino sem-dedo. Narrava a vida de um escritor progressista e ideológico que perdera seu dedo em uma explosão na guerra civil, assim cantava suas historias inventadas na hora, não como Mil e Uma noites, mas como Dom Casmurro. Tragédia? Não, só algo para passar o tempo. Nunca achou importante coisas que não agradassem a si mesmo. Não era egoísta. Talvez apagasse a idéia e fosse escrever contos infantis. Nunca entendera o porque desistia de seus livros sempre após escrever os primeiros capítulos. Sempre escrevia quando tinha fortes emoções, mas parece que elas o havia abandonado.


Amou poucas vezes. Não era de um coração frio, mas reflexivo. Conhecia suas limitações e sabia que era inferior demais aos seu sentimentos: Deveria aprender a doma-los antes de Amar. Ele era um artista, sensível e original. Só reproduzia o que ele achava que não havia ficado bom. Se inspirava em Dalí. Sua arte era um dos seus poucos amores.


Nunca deixou de ouvir Rock. Era uma paixão da adolescência e um sonho de infância. Ouvia tudo que seus amigos botavam em seus ouvidos. Tinha muitos amigos. Já quis ser astronauta, Piloto de F1 e até mesmo Presidente dos Estados Unidos. Mas sempre era frustrado por aqueles que "sempre tinham razão". Isso nunca o abateu.


Relax...!


Viva sem intensidade nenhuma ... Apenas RELAXA!
- Conceito de Vagabundo -

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Relaxa ...!


Relaxar, descansar, apaziguar e esquecer
Dar o melhor de si, se não for assim melhor não se envolver
Esquecer do que então? Melhor nem mesmo existir
Subsistir, por onde estiver pensar menos em si
Relaxa, que hoje o dia é melhor que ontem
Dentro de cada um, dentro cada homem comum existe um exemplo de homem
Guerreiro, soldado, empresário, administrador
Operário, desempregado, lutador, sofredor
Mas cada objetivo, cada luta e conquista
Existe milhares de gente com apenas um ponto de vista
Então relaxa, pensa que o futuro é apenas seu
Não é egoísmo, mas é dizer que venceu
Antes mesmo de sentir o presente partir, e quando tudo ruir não deixe nada aqui
Mas só relaxa.
Não é utopia. Só relaxa.
Não siga as regras, apenas relaxe.
É complicado descansar? Não é !
Não lembre do seu fracasso, tempo perdido em compasso na força de cada braço
Mas Deus que põe de pé.